quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Ja nascemos sábios

Olavo de Carvalho

"A mensagem do filósofo aos jovens estudantes, no que diz respeito à dificuldade financeira, é simples, quanto pior ficar a sua condição econômica, mais se apeguem à sua vocação intelectual. Não cedam à pressão de um mundo que quer matar em vocês o espírito à força de atormentá-los com problemas financeiros. O mundo, no sentido bíblico do termo (isto é, a sociedade mundana), só respeita quem o despreza. Na Primeira Guerra Mundial, o físico Werner Heisenberg, então um adolescente, numa cidade reduzida à miséria pelo cerco e pelos bombardeios, se escondia no porão de uma igreja para ler Platão e discutir com seus amigos a metafísica de Malebranche.
Foram os anos decisivos de sua formação: ele poderia tê-los perdido, aguardando melhores dias para estudar. Mas nada, neste mundo, pode vencer a determinação do homem que é fiel à vocação espiritual. Não se intimidem, não desistam. Quanto mais pobres vocês ficarem, mais se dediquem aos estudos. A porcaria reinante não prevalecerá sobre a sinceridade dos seus esforços. Digo isto com a experiência de quem, ao longo de mais de duas décadas de pobreza, com mulher e filhos para sustentar, jamais deixou de estudar um único dia, aproveitando cada momento livre e abdicando de toda sorte de viagens e divertimentos. Nunca esperei que minha situação melhorasse para depois estudar, e garanto: seja teimoso, e um dia o mundo desiste de tentar dominar você pela fome."

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Problemas da literatura atual

Não são adultos falando.

Penso em muitas coisas quando leio esses contos estendidos que hoje recebem o nome de “romance” — impressos com letra grande e num papel de alta gramatura, do contrário caberiam em 10 ou 15 páginas.
Faz alguns meses, fui à livraria, peguei uma pilha de “romancistas” atuais, sentei numa poltrona e comecei a ler.

A tarde passou. Fui interrompido duas ou três vezes. Recusei um café. E quando fechei o último livro percebi que quase todos eram do mesmo autor.

Não eram — mas tratavam dos mesmos problemas, com as mesmas lamúrias, a mesma conversinha fiada em primeira pessoa, como se o autor estivesse abrindo seu coração para o psicanalista ou, pior, para um dono de botequim.

Você lê esses “romances” e não se convence de que os autores são realmente escritores. É tudo frágil, medíocre.

Uma angústia artificial perpassa as histórias.

No fundo, todos reclamam que não são felizes, como se a felicidade fosse o estado natural do ser humano, do qual eles, pobres coitados, estão excluídos por algum erro do Universo.

Não são adultos falando, mas adolescentes de trinta ou quarenta anos que ainda não sabem o que é ansiedade, desespero, sofrimento. Não sabem e não imaginam.

Ou, pior, acham que desespero é ter de decidir entre o jogo de futebol na tevê, uma transa por obrigação e andar de bicicleta nas ciclovias do Haddad.

Tem-se a impressão de que eles decoraram Sartre. Ou Clarice Lispector — mas a voz que narra é a de uma Clarice diluída, desfibrada. Talvez seja o perispírito da Clarice.

Há outras opções de estilo: pode ser um Guimarães Rosa canhestro — ou a corruptela de alguma tradução doUlysses.

As frases raramente ultrapassam 18 palavras. E são truncadas, como se o escritor sofresse de algum problema respiratório.

A superficialidade desses livrinhos faz-me lembrar do que Thomas Mann falava sobre o “tempo do homem criativo”.

Mann dizia que esse tempo “é de uma estrutura, de uma densidade e de uma produtividade diferentes daquelas frouxamente tecidas e passageiras da maioria”. E que o “homem da maioria”, admirado da “extensão de realizações que se podem acomodar neste espaço de tempo”, pergunta ao homem criativo: “Quando vais fazer tudo isso?”.

Essa perplexidade do homem comum em relação ao homem criador está perdida. Hoje, tudo é frouxo e passageiro. Hoje, o homem da maioria olha o “romance” de 15 páginas e pensa: “Isto até eu faço!”.

E ele tem razão.

Sobre a infiltração comunista nos colégios militares

O fenômeno, nos cursos de História, faz-se especialmente surpreendente porque nada é mais demolidor para a propaganda comunista que a narrativa histórica.

Seria muita ingenuidade supor que, subitamente, agora e só agora, durante os 13 anos de governos petistas, os comunistas se desinteressassem por infiltração nas Forças Armadas. Elas sempre estiveram entre suas prioridades ao longo de nossa história republicana. Por outro lado, no mundo inteiro, a infiltração e o controle do sistema educacional é meta necessária da estratégia de dominação comunista. Nas últimas semanas, motivado pelas iniciativas da organização Escola sem Partido, escrevi vários artigos e gravei comentários mostrando como essa dominação está em pleno curso e que a meta já foi alcançada do topo à base do sistema de ensino público e privado no Brasil. Há exceções? Claro. Só não há exceções em Cuba, China, Laos, Vietnã e Coréia do Norte.
É fato de conhecimento geral que História é a disciplina preferida dos corruptores de mentes juvenis. Tenho recolhido, ao longo dos anos, inúmeros relatos de alunos que, suficientemente esclarecidos, se contrapõem às interpretações e relatos históricos de seus professores e acabam sofrendo verdadeiro bullying por parte destes e de colegas. A preferência ideológica se manifesta tanto em quem fala de pé quanto em quem ouve sentado. O fenômeno, nos cursos de História, faz-se especialmente surpreendente porque nada é mais demolidor para a propaganda comunista que a narrativa histórica. Por isso, os comunistas precisam tanto de poesia para encantar no presente e de versões para retificar o passado.
Recebi, outro dia carta de uma senhora cuja filha estuda no Colégio Militar do Rio de Janeiro. Publiquei no meu site sua mensagem e, em dois dias, o carta teve mais de 20 mil acessos, seguidos, no Facebook, de longas listas de discussões. E calorosos desmentidos que, inclusive, estariam disponíveis no site do CMRJ. Não os encontrei.
Eis a carta que recebi da referida senhora:
"Olá Percival,
Queria lhe comunicar algo, ou mesmo pedir ajuda pois sei que muitos o escutam. Bom, minha filha estuda no CMRJ que hoje inclusive faz aniversário - o famoso 6 de Maio do Colégio Militar - e até Jacques Wagner, o Ministro da Defesa, veio para festa. No entanto o exército enfrenta uma verdadeira guerra silenciosa contra suas escolas, e os CMs são os primeiros a sentir seus efeitos. Há anos, os colégios adotam livro de História e Geografia escritos por historiadores militares e publicados pela BibliEx. Os livros eram ótimos e atendiam perfeitamente a crença da grande maioria dos famílias cujos filhos frequentam o Colégio Militar.
Pois bem, uma professora concursada e com forte tendência marxista veio a público em 2014 reclamar sobre o termo contra-revolução de 64 ao invés de golpe militar usado nos livros adotados até então nos CMs. O governo, que já vinha pressionando, aproveita a oportunidade, faz uso da força que tem e impõe aos colégios a adoção de material bem diferente para 2015. O fato é que minha filha está sendo educada no Colégio Militar, desde fevereiro do corrente ano, a acreditar que o capitalismo é a mal do mundo e o socialismo só caiu por força da pressão americana. Esse é o conteúdo do livro de geografia, mas já o de história é muito pior, é nauseante! O autor consegue a proeza de transformar todo e qualquer conteúdo em luta de classes.
Estou muito triste e não sei o que fazer. Já passei mensagens para vários amigos cujos filhos estudam lá pedindo que na sexta dia 8/5, reunião de pais e mestres, discutam com os professores, avisem aos mesmos que não aceitaremos gramscismo na sala de aula de nossos filhos. Sei que muitos profissionais não compactuam com essas ideias; há alguns professores que inclusive não estão usando o material imposto pelo governo. Mas infelizmente há profissionais que abraçam o marxismo e que devem estar usando e abusando dos livros esquerdistas impostos a todos nós, alunos e seus familiares. Esses professores marxistas são nada mais nada menos que capitalistas vulgares que se vendem ao contra-cheque e permanecem atuando em uma instituição centenária a qual repudiam. São hipócritas vendidos. O que fazer? Será que o Exército está perdendo essa guerra? Estou muito preocupada. Claro que gostaria muito que você escrevesse sobre isso alertando a todos. Posso lhe mandar o nome dos livros adotados. Mas preferia que não mencionasse meu nome. Tenho receio que minha filha fique estigmatizada no colégio. Muito obrigada."
Imaginar desinteresse comunista em relação à formação dos nossos militares seria puerilidade. A propósito, recebi do valoroso Jorge B. Ribeiro este depoimento:
"A tentativa de introduzir ideias marxistas nos colégios militares, por intermédio de professores daquele tradicional educandário, é coisa da antiga. O Coronel Nelson Werneck Sodré, aluno do Colégio Militar do Rio de Janeiro nos anos 1920 e cadete de Realengo nos anos 1930, num dos seus escritos relata que sua introdução ao marxismo se deu através de um professor de História do Colégio Militar, o Coronel Isnard Dantas Barreto, que criticava com veemência o ensino do colégio, por ele considerado medíocre. Ensinava que o papel de um professor de História era ser revolucionário.
Entrei para o Colégio Militar em 1948 com 12 anos de idade. Ainda no curso ginasial (hoje Fundamental) tive dois professores, muito competentes no ensino de suas matérias, porém ligados ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Entremeavam suas aulas com proselitismo ideológico marxista, o que vim a descobrir muitos anos depois, quando encontrei seus nomes nas páginas do minucioso INQUÉRITO POLICIAL MILITAR 709 (4 volumes), onde foram examinadas as atividades dos comunistas que resultaram na reação da NAÇÃO BRASILEIRA QUE SALVOU A SI MESMA e que foi para as ruas saudar as Forças Armadas que protagonizaram o Movimento Cívico Patriótico de 1964. Posteriormente esta honesta peça histórica foi editada pela Biblioteca do Exército (BIBLIEX) e distribuída para todas unidades militares do País. Muitos dos assinantes da BIBLIEX adquiriram a obra.
Em artigo, publicado em 1997, no extinto jornal alternativo, OMBRO A OMBRO, denunciei a aflição das famílias de militares que tinham filhos no Colégio Militar de Brasília. Em anexo, segue o inteiro teor desse meu escrito.
Nesta oportunidade, não me custa lembrar um triste episódio que bem caracteriza a perenidade do intento de fazer cabeças comunistas nas escolas de formação das Forças Armadas. Quando ministro da Defesa, Nelson Jobim que conheço desde sua militância política esquerdista, no Diretório Estudantil da Faculdade de Direito da cidade de Santa Maria da Boca do Monte/RGS, envidou seus melhores esforços para modificar o ensino de História Militar na Academia Militar das Agulhas Negras. Felizmente, não foi bem sucedido nessa empreitada. No seu pronunciamento na Academia Militar das Agulhas Negras, em dezembro de 2010, durante a formatura da “Turma General Emílio Garrastazu Médici”, ao criticar indiretamente o patrono da turma – elogiado antes pelo comandante do Exército pela “honradez, dignidade e patriotismo” - foi bem claro: o Exército “deve esquecer o passado”. E desde o governo FHC, e mesmo antes com menor intensidade, várias investidas foram realizadas para modificar o currículo da AMAN, de forma que o passado fosse esquecido."Jorge B. Ribeiro
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Finalizando. A carta-denúncia da senhora mãe de uma aluna do CMRJ recebeu desmentidos e eu não tenho como averiguar a veracidade do relato que me foi feito. Retirei o texto original, em forma de denúncia e o converto neste artigo, em modo de pergunta. Há enorme interesse por parte da opinião pública. Que se manifestem os que tiverem informações. Essa extraordinária e histórica instituição merece nosso zelo e respeito.
 

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Diário filosófico de Olavo: novo curso, Marco Antonio Villa, diplomas, etc.

ESCRITO POR OLAVO DE CARVALHO | 12 MAIO 2015 
ARTIGOS - CULTURA
Resposta do Villa aos meus argumentos, transmitida pela TV Cultura: "O Olavo não terminou nem o ginásio."
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Minha filha Maria Inês tem um diploma de História pela USP, igualzinho ao do Marco Antonio Villa. Só que ela sente um pouco de vergonha disso.
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Impossibilitado, pelas leis da lógica, de responder aos meus argumentos, o Villa não está debatendo nada, nem discordando de nada. Está apenas empenhado numa ostensiva campanha de difamação. Se faz isso induzido por um monstruoso e justo complexo de inferioridade intelectual ou se age a mando de algum interesse financeiro, político ou vaginal, não sei. O que sei é que vem se comportando, na mais generosa das hipóteses, como um aspirante a Veadasco.
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Este mundo é mesmo injusto. Eu, que só tenho o curso primário, obtive mais honrarias acadêmicas, prêmios internacionais e referências elogiosas de intelectuais de três continentes do que o Villa, em dez vidas que vivesse, jamais poderia sonhar em obter, ele que tem DIPROMA. Não é mesmo de ficar arrevortado?
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A ignorância não se torna sabedoria, nem o errado certo, nem o falso verdadeiro, por espalhar-se entre muitas cabeças ou reiterar-se ao longo do tempo. Muito menos tem o dom de fazê-lo mediante um carimbo do Ministério da Educação.
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Cortesia da Celina Vieira: Eu responderia assim: e o Villa, vejam só, terminou não só o ginásio, como o científico e a faculdade.
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Alguém deve dar os seguintes esclarecimentos ao Villa: astrólogo, no Brasil, é profissão reconhecida pelo Ministério do Trabalho (v. Código Brasileiro de Ocupações, item 5167-05), de modo que ninguém pode ser, dentro da lei, acusado de "embusteiro" pelo simples fato de exercê-la. Para poder usar desse rótulo sem cometer crime de difamação, seria preciso provar que cometi algum crime no exercício dessa profissão, a qual abandonei 35 anos atrás, no tempo em que o Villa servia ao embuste genocida do comunismo maoísta.
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"Ambivalência da fama. Junto com ela aumentam também os ataques. A partir de certo tamanho, cada um tem seu perseguidor profissional." (Ernst Junger)
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No Brasil, o conhecimento, definitivamente, não importa. O que importa é USPAPÉR.
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Num país em que 50 por cento dos formandos de universidades são analfabetos funcionais, exibir diploma como prova de superioridade é um caso legítimo de "Peidei no pau dele".
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Não é à toa que o Marco Antonio Villa declara que não está nem ligando para o Foro de São Paulo. Tudo o que ele diz pressupõe, de fato, uma completa ignorância desse assunto. Ele não sabe sequer que quem colocou o Chávez no poder foi o Foro. Ele imita bem a linguagem acadêmica para dar ares de quem está dizendo alguma coisa. É um charlatãozinho patético.
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Apresentação do curso “A Formação da Personalidade”
“Personalidade” é a forma mais ou menos estável e reconhecível que a individualidade humana consciente assume perante outras consciências e perante si mesma no curso de um processo extremamente complexo de assimilações, adaptações e transformações.

A partir de uma certa etapa, a personalidade se torna co-autora de si mesma na medida em que se assume como “obra em progresso” e, mediante as escolhas do presente, tenta modelar o seu futuro e ao mesmo tempo dar um novo sentido ao seu passado.

Por essa razão a personalidade é também reconhecida, na cultura ocidental moderna, como um valor. Não só um valor de originalidade, mas de fidelidade da consciência a si mesma.

O processo de formação e autoformação da personalidade pode ser descrito como um drama histórico ou biográfico, mas o próprio ato de descrevê-lo se incorpora ao processo e o modifica na medida em que o esclarece.

Investigar a formação da personalidade é também reforçá-la e recriá-la. Daí a necessidade de articular, nessa investigação, os aspectos puramente científico-descritivos e a meditação interior, o que transforma a investigação, ao menos parcialmente, num ato criador.

É esse o método que será seguido neste curso.
Colonial Heights, VA, 18 a 23 de maio de 2015
Informações e inscrições: Marcela Andrade
marcelacandrade@gmail.com

Fone: 062-8100-9796

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Nada mais significativo do que a declaração recente de Raul Castro. Ele não disse que voltará à Igreja, mas que o fará "SE O PAPA CONTINUAR ASSIM", esclarecendo, imediatamente após: "Sou comunista." O sentido não poderia ser mais evidente: Voltarei à Igreja se ela passar a admitir comunistas, como parece ser a inclinação do Papa. Dito de outro modo: voltarei à Igreja quando ela for a Igreja dos sonhos de Antonio Gramsci, uma "caixa de ressonância para as propostas comunistas".
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Em casa eu estava lendo Goethe e Shakespeare, e no ginásio me faziam ler "A Moreninha". Foi assim que, na primeira oportunidade, decidi sair da escola para não voltar nunca mais, pois não sou couro de pica pa tá pa frente e pa traiz.
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Identidade sexual ou racial é um dado anatômico objetivo, mas nossos legisladores decretaram que pode ser mudada à vontade, mediante simples declaração de que o sujeito assim o deseja. Pergunto-me quando o mesmo critério será adotado para dados menos permanentes, e até convencionais, como o nosso estado civil ou o saldo da nossa conta bancária.
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Todos nós temos fantasias sexuais cujo apelo não é forte o suficiente para nos induzir a realizá-las na prática. A força dessas tentações é multiplicada pelo temor do castigo social, mediante o mecanismo que Victor Frankl chamava de "hiper-reflexão", o que sugere uma ligação de cumplicidade secreta entre moralismo e sacanagem. Só em certos casos extremos o desejo imaginário vai além da sua efetivação em atos e se converte num impulso de mudar a ordem do mundo para tornar socialmente aceitável, ou até meritório, aquilo que antes só podia existir como segredo inconfessável. Aí o mero desejo sexual se transmuta em fantasia de onipotência, que, pela própria natureza do seu mecanismo intrínseco, não conhece limites e não se contenta senão com a total destruição revolucionária da ordem social. O sujeito começa querendo dar e termina fodendo com o mundo.
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Dizer que o eu não existe, que só existem percepções e estados, é EXATAMENTE O MESMO que dizer que melodias não existem, que só existem notas isoladas. Há muitas teorias filosóficas que não passam de surdez tonal.
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O dr. José Carlos Graça Wagner, por ter denunciado pioneiramente o Foro de São Paulo, foi alvo de tantos ataques judiciais que no fim seu escritório de advocacia tinha um só cliente: ele mesmo. Querem fazer a mesma coisa comigo no jornalismo: me obrigar a torrar o saco do leitor com artigos de pura autodefesa.
Não vou fazer isso não.